segunda-feira, 21 de junho de 2010

Todos os Verbos!!!


Para começar, nascer até que não está mal.
Mas está.
Se for para começar como deve ser, o verbo tem de ser um de dois: amar ou engatar.
Pegando no segundo, convém ter a gramática aberta no verbo abrir, porque é isso que vai acontecer, depois de o pai convencer e a mãe anuir e depois de os dois se dedicarem ao tocar.
Reza a história que haverá a seguir uma constante indecisão entre dois outros verbos: o entrar e o sair.
Até que... numa perspectiva mais clínica do evento, se chega ao verbo ejacular, verbo esse conjugado apenas pelos mamíferos do sexo masculino.
Mantendo o tom clínico, e para que a mulher não se queixe de ficar sem um verbo para ela, deixemo-la entretida com o fecundar.
É coisa para a deixar ocupada durante nove meses.
Posto isso, então sim.
Aí vem, careca, sem pelos nem dentes, de olhos quase fechados e em modo de choro, o tal verbo nascer.
Diz que é o princípio de tudo.
Sendo sobretudo, nos primeiros tempos, o expoente máximo do mamar, chorar, do comer, do mijar e do cagar.
São os primeiros passos de uma etapa baptizada, por unanimidade, com o verbo crescer.
Gatinhar, andar e falar estão para quem nasceu como limpar está para quem fez nascer.
A vida é todos os verbos.
Quem não sabe conjugar sem cábulas o verbo doer?
Mente quem diz que não e isso só o(a) fará sofrer ainda mais.
Felizes de todos aqueles que encontram, nem que seja por uma só vez, o sítio onde os dias tiram férias para amar.
E valha-nos as gargalhadas do rir e os momentos de verão em plena tempestade do sorrir.
Nunca esquecendo que tudo isto é para morrer.
Mesmo para quem se está pouco a foder.

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