terça-feira, 27 de julho de 2010


No silêncio da noite, venho revisitar o mar.
Este apelo constante das origens, leva-me a querer ficar aqui, no limite entre os mundos, recordando as sensações que outrora tocaram a minha pele.
No céu escuro, a Lua eleva-se, reflectindo a luz do Sol que dorme já para lá do horizonte.
O seu brilho, rasga o negrume do oceano imenso que se estende até onde a vista alcança.
O marulhar das ondas nas pedras da margem é o único som que se escuta.
A brisa do mar invade-me o corpo de gotas salgadas.
O meu olhar desloca-se inevitávelmente para o brilho imenso que paira no firmamento, recordo-me de viagens passadas, sinto uma presença intensa de metade de mim que vagueia no espaço-tempo.
É aqui, no limiar de vários mundos, onde a terra encontra a água e ambas abraçam o espaço que a minha alma se sente mais perto da sua essência, é aqui que me sinto mais completa, sabendo que também tu me sentes aqui.
Este encontro solitário, eu estou, tu estás, mas estamos completamente sós, apenas as almas estão juntas, os corpos mantêm-se na distância, há espera de um futuro que nos faça regressar ao passado.

Eu estou aqui, tu estás aí, nós estamos lá!

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